segunda-feira

Capítulo 9

     “Deixou uma mancha”

     Tom olhou para cima e fez uma careta, revirando os olhos. Bill sorriu para ele, sentado no chão, abraçando seus joelhos.

     "Faça alguma coisa sobre isso", Tom respondeu, sorrindo. Ele colocou o esfregão no balde e se encostou na parede, limpando a testa. Era uma noite quente de verão, e ele estava cumprindo sua palavra de vir e lavar a roupa.

     "Tudo bem ... Me dê o esfregão", disse Bill.

     "Sim, certo. Você não iria conseguir ", Tom brincou.

     Bill franziu a testa. "Eu não queria mesmo"

     Tom riu, deslizando pela parede até que ele estava sentado no chão ao lado de Bill. Bill olhou para ele com um olhar malicioso no rosto.

     "O quê?" Tom perguntou. "O que você está olhando?"

     Bill enterrou o rosto na barriga de sua boneca e fez um pequeno ruído. Tom sorriu e lhe deu uma cotovelada, fazendo-o ranger. Era tarde, quase onze e meia, e Tom teria que sair em meia hora.

     Ele não quis que seu tempo tivesse passado tão rapidamente, já que agora desejava que ele se estendesse.

     "Ei, vamos para “o lugar” ", disse Bill, olhando para cima. "Eu tenho que lhe dizer algo."

     Tom arqueou uma sobrancelha. "O lugar" era uma parte dos corredores perto de uma dispensa, onde quase ninguém ia. Tom e Bill tinham passado muito tempo lá, conversando e tocando-se, perdendo-se no tempo juntos, escondido de todos.

     "O que você tem para me dizer?"

     "Tom ..."

     "Oh. Oh, sim ", disse Tom ficando de pé. Ele deixou Bill puxá-lo pela mão pelos corredores vazios e escuros. Tom não estava mais preocupado em quebrar as regras ou ser pego por alguém. Nessa hora, ninguém estava acordado, exceto algumas enfermeiras.

     A noite pertencia a Tom e Bill.

     Bill tinha a sua boneca em um braço e a mão de Tom agarrado firmemente em sua mão livre. Tom nem sequer notava mais a boneca, era apenas uma parte de Bill, apenas algo a mais que vinha com ele.

     Tom tinha se apaixonado completamente por tudo no moreno.

     O garoto olhou por cima do ombro e sorriu brilhantemente. "Você é muito lento."

     "Você é muito rápido", disse Tom, protestando.

     "De jeito nenhum", respondeu Bill, puxando-o e correndo mais. Logo que viraram em um outro corredor, pararam em um canto escuro, no seu “ lugar”. Bill empurrou Tom para se sentar no chão novamente, escondendo-os trás de uma carrinho de suprimentos.

     Seus rostos estavam próximos e mesmo que estivesse sufocante, Tom não conseguia chegar perto o suficiente para aquecer Bill.

     Bill agarrou firmemente a boneca no colo e acariciou seus cabelos, e Tom descansou a mão no joelho do mais novo.

     "Ok," Bill sussurrou.

     "Por que estamos sussurrando?"

     "Sshh", alertou. Seus olhos brilharam na escuridão, e ele se inclinou para frente, pressionando um beijo suave nos lábios Tom. O loiro quase engasgou com a surpresa, mas ele aceitou o beijo, retribuindo o beijo, pressionando os lábios, sempre apertando o joelho de Bill.

     "Era isso?" Tom perguntou quando eles se separaram. "Era isso o que você queria me dizer? Mostrar?"

     "Hum, não", respondeu Bill. "Isso foi apenas ... algo que eu estive pensando o dia todo."

     "Ah." Orelhas de Tom aqueceram. "Sério?"

     "Eu sonhei com você a noite passada", disse Bill, suavemente.

     "Eu sonho com você quase todas as noites."

     Bill sorriu. "Eu não sei se você sonha do mesmo jeito que eu sonho ..."

     "Com o que você sonha?" Tom perguntou.

     Bill cobriu o rosto com sua boneca outra vez. Tom riu baixinho, inclinando-se em frente ao menino, acariciando seus cabelos.

     "São sonhos bons?"

     "Sim", Bill sussurrou, olhando para cima. Seu rosto estava vermelho. "Muito bom".

     "Então, sim," Tom disse. "Eu tenho esses sonhos, também."

     Bill abaixou a cabeça timidamente. "Os mesmos?"

     "Provavelmente."

     "Oh". Bill puxou os joelhos para o peito e abraçou-os firmemente. "Não vá. Não essa noite ".

     "Eu tenho que ir," Tom respondeu calmamente. "Gordon vai me levar para..."

     "E quem que vai me levar?"

     "Eu iria levá-lo, se pudesse," Tom disse. "Eu iria te tirar daqui e ..."

     "E?"

     Tom encolheu o ombro pesadamente. "Eu vou estar de volta amanhã. Logo que eu puder. Você sabe que eu não quero sair daqui. "

     Bill balançou a cabeça. "Eu quero sair."

     "Sério?"

     Abraçando a boneca, Bill sorriu um pouco. Ele olhou para seu rosto sujo e suspirou. "Sim, eu quero sair. Ir para o mundo real. "

     Tom passou a mão nos cabelos emaranhados da boneca, que abrange os dedos de Bill com a sua própria. "Você pode? Você acha que pode? "

     "Eu nem me lembro como é lá fora."

     "É legal," Tom disse. "Grande. Quente." ele adicionou, franzindo as sobrancelhas.

     "Você ainda me veria se eu fosse embora?" Bill perguntou rapidamente.

     "Você ainda me visitaria?" Tom respondeu, sorrindo.

     Bill se inclinou para frente, deixando a boneca cair sobre seu colo, atirando seus braços em volta do pescoço de Tom.

     Este foi derrubado para trás, contra a parede, e agarrou a cintura de Bill, puxando-o para seu colo e o segurando lá. Ele sentiu seu pênis se agitar e suspirou. Ele não poderia ter uma ereção, não ali. Ele se esquivaria daquele tipo de coisa por enquanto mas com Bill em seu colo, se contorcendo, mãos em volta dele, Tom não podia lutar contra isso.

     Bill era atraente, fino, macio e sereno. Ele se sentia bem nas mãos de Tom. O fato dele ser um garoto, uma opção que o loiro nunca sequer pensara sobre, não parecia importar. Bill era tudo; ele era bonito, pequeno e leve. Ele cheirava bem, ele parecia certo.

     Tom abraçou os quadris de Bill e pressionou o rosto em seu peito, fechando os olhos e deixando um suspiro baixo. O calor entre eles era insuportável, muito mais sufocante do que o calor seco de verão do lado de fora.

     O loiro esfregou seus dedos pela face do mais novo e Bill tomou a cabeça de Tom em suas mãos, pressionando suas testas juntas.

     "Claro que eu quero ver você." Bill murmurou. "Você n-não entende?"

     Tom aninhou as mãos do moreno. "Talvez."

     Bill sorriu, inclinando-se e beijando Tom fortemente, provocando com a língua entre seus lábios. Tom abriu sua boca e convidou o mais novo para entrar, esfregando suas mãos por baixo da camiseta de Bill, sentindo sua pele quente. Ele deslizou a camiseta tão para cima, que esta se arrastou pela cabeça de Bill, e ele a tirou.

     Eles se afastaram e Tom olhou para o corpo delicado de Bill. Haviam cicatrizes em seu ombros, seu peito e sua barriga. Tocou-as cuidadosamente, franzindo as sobrancelhas. "Dói?" ele perguntou.

     "Estas..." Bill colocou uma mão sobre a de Tom, guiando-a para baixo em seu tronco. "Não mais. Não estas."

     Tom acenou com a cabeça, esticando sua outra mão para tocar a cicatriz escura na testa de Bill, normalmente coberta pelo seu cabelo. "Aqui?"

     "Não... Eu nem sinto mais essa."

     A boneca escorregou entre eles e posou no chão duro, ruidosamente, mas Bill pareceu não notar. Tom pôs o moreno mais perto, deslizando suas mãos pela pele descoberta de seus ombros, costas, pescoço e peito.

     “Você sente falta da sua vida? Tom perguntou calmamente.

     Bill permaneceu em silêncio, inclinando-se para o abraço do mais velho. Ele piscou lentamente, olhando para baixo. “Sim. Ainda que esteja tudo perdido. Eu b-baguncei tudo.”

     Tom balançou a cabeça. “Você não bagunçou nada.”

     O moreno sorriu um pouco. “Eu disse adeus para aquela vida. Eu acho que ela disse adeus para mim. Tudo bem.”

     “O que você vai fazer quando sair daqui?”

     “Eu nunca vou sair daqui.” Bill disse pesadamente. “Então talvez você deva dizer adeus a mim também.”

     “Não.” Foi tudo o que o loiro disse. Ele beijou Bill firmemente, abraçando-o tão apertado que não havia mais espaço entre eles, conforme Bill se contorcia choramingando um pouco e massageando a parte de trás da cabeça de Tom.

     O loiro estava desesperado para se provar para Bill. Ele estava desesperado para fazer o mais novo saber que ele falava sério, que não o deixaria ou mesmo queria fazê-lo. Estava desesperado para provar para Bill e também para si mesmo, que essa coisa que havia entre eles não acabaria dentro das paredes da sombria instituição.

     Ele deslizou suas mãos para baixo nas costas do moreno, que choramingou consideravelmente, agarrando-se a Tom. O último suspirou e encarou o relógio de parede. Dois minutos até ele ter de ir embora.

     “Porra.” Tom murmurou, pressionando suas mãos espalmadas contra a parte mais baixa das costas do moreno. “Eu tenho que ir.”

     Bill se inclinou de volta e franziu o cenho, erguendo a cabeça. “Não.” Ele disse calmamente.

     “Eu preciso, Gordon vai me matar se eu me atrasar de novo.”

     “Você n-não pode me deixar aqui.”

     “Bill...” Tom friccionou as laterais, encarando sua barriga. “Você sabe que eu vou voltar.”

     “E se você não voltar?” Bill perguntou.

     “Não é possível.”

     Bill estava trêmulo, com calafrios pela umidade. O loiro pegou a camiseta e o ajudou a vesti-la novamente. Bill não encontrava os olhos de Tom. Ele manteve seu olhar baixo.

     “Vamos.” Tom sussurrou. “Não se vá, eu estou bem aqui.”

     “Eu sei.” O moreno sacudiu a cabeça, piscando os olhos rapidamente. “Eu sei, eu sei.”

     “Aqui.” Tom disse, pegando a boneca e pressionando-a contra o peito de Bill. “Abrace isso forte, certo?”

     “Tomi.”, ele murmurou.

     Tom acenou com a cabeça, beijando o queixo do mais novo. Bill abraçava a boneca perdidamente, com os olhos desfocados.

     “Você quer ficar aqui?” Tom perguntou. “Você quer voltar para-“

     “Não. N-não.

     O mais novo estava encolhido, abraçando sua boneca, balançando para trás e para frente. O outro mordeu o lábio; ele não tinha visto Bill assim há uns dias. Cada dia que passava, notava progresso em Bill, mas então ele cai de volta para seus velhos hábitos, e isso assustava Tom.

     “Bill” Ele disse calmamente. “Eu vou voltar. Amanhã. Prometo.”

     Não houve resposta do garoto.

     “Por favor.” Tom disse. “Apenas olhe para mim, me dê um sinal de que você está bem.”

     Bill se curvou mais para si, escondendo-se atrás da boneca, tremendo. “Vá embora.”

     “Bill?”

     “Vá embora!” Bill gritou alto, olhando para cima, com raiva em seus olhos. O loiro cambaleou para trás em poucos passos, erguendo as sobrancelhas.

     “Bill, o que-“

     “Afaste-se de mim.”

     Encarou o mais novo, confuso. “Certo. Te vejo amanhã.”

     “Foda-se.”

     A testa de Tom se enrugou e ele se pôs de pé. “Que seja.”

     Ele balançou a cabeça e caminhou para longe. Às vezes não havia raciocínio com Bill, e isso preocupava-o. Bill estava indo tão bem. Ele esteve doce por tanto tempo, lúcido, sob controle.

     Tom pensou que talvez ele fosse bom para Bill.

**

     O telefone tocou a noite inteira. Simone deu a Tom as mensagens, ele viu as mensagens de voz, as mensagens de texto, os emails. Ele não poderia evitar Brigitte por muito tempo.

     Não que ele estivesse bravo com ela, ou irritado. Se ele sentisse alguma emoção com relação a ela, ele teria pego o telefone e conversado com ela, ou escrito de volta.

     Ele apenas não sentia nada por Brigitte. Não mais.

     Isso ocorreu lentamente. Na primeira semana, ele se sentiu culpado, perguntando-se por que ele não queria mais sair com sua namorada ou conversar com ela por horas toda noite, como eles costumavam fazer. Por volta da segunda semana, ele passou a esquecer durante o dia, um tempo para pensar nela. A culpa diminuía e diminuía cada vez que ela o enviava uma mensagem, perguntando o que ele estava afim de fazer.

     Ela era uma boa garota. Merecia mais do que Tom.

     Ele suspirou e afundou na cadeira, encarando seu celular. Ele brilhava, carregado de mensagens de voz e texto não-respondidos, nem mesmo vistos. Ele tocou a tela, mordendo o lábio.

     Ele teria força para ligar pra ela, para dizer o que ele queria dizer? Eu não sinto sua falta. Eu não me pergunto o que você está fazendo. Te quero bem, tenha uma boa vida.

     Ele soltou o telefone e se inclinou para trás. Não esta noite, não esta noite.

** 

     Georg o assistia. Tom sentiu conforme ele fazia a ultima carga da lavanderia. Georg esteve sentado na cozinha, encarando-o pela janelinha na porta giratória.

     Tom fez seu melhor para ignorar. Ele sabia que Georg estava apenas irritando-o, tentando fazê-lo reagir. O de dreads nunca o faria; seu temperamento era curto, mas apenas uma vez ele foi provocado a ponto de mostrá-lo.

     Ainda que essa coisa do Georg estivesse cansando ele. Ele podia queimar Georg e em troco, Georg poderia colocá-lo na cadeia. Tom não sabia o que fazer para ignorar o garoto mais velho.

     Ele tirou a ultima pilha de lençóis da secadora e os colocou na cesta. Havia um tímido ruído vindo do outro lado da sala, o tipo de ruído que vinha das dobradiças da porta giratória da cozinha. Tom suspirou baixo. Passos se aproximavam dele.

     “Hey, Tom.” Georg disse, cruzando os braços e sorrindo maliciosamente. Ele tinha um cigarro aceso à mostra, em sua boca.

     Tom olhou para cima, mantendo uma expressão neutra. “O que?”

     Georg ergueu a cabeça para o lado, assoprando um pouco de fumaça pelo canto dos lábios. “Só dizendo oi.”

     “Que seja.” O loiro murmurou, começando a puxar a cesta.

     “Como está o Bill?”

     Tom congelou, parando em seu caminho. “Não sei. Como eu saberia?”

     “Você fica com ele, certo?” Perguntou o outro.

     “Não...”

     “Legal.” Georg disse claramente. “Ele é uma doce criança. Realmente doce.”

     “Cale a boca.”

     “Você pensa nele pelado?”

     “Cale a boca!” O mais novo disse alto, a raiva correndo por ele. Ele olhou com raiva para Georg, que estava tremendo em risadas.

     “Você pensa, seu doente filho da puta.” Ele disse, segurando uma de suas laterais, com seu cigarro dependurado em seus dedos. “Não, legal. Eu acho bom.”

     O de dreads voltou a andar.

     “É realmente amável.” Georg continuou. “Embora você saiba que ele é um rapaz, certo? Não há uma vagina lá. Não que eu saiba. Não vou mentir, cara, eu tenho pensado nisso.”

     “Vá se foder.” Tom rangeu os dentes, suas juntas dos dedos quase brancas por agarrarem as alças da cesta com tanta força.

     “Relaxe.” Georg disse calmo, andando bem atrás de Tom e assoprando fumaça no seu rosto. Ele deixou cair a extremidade do seu cigarro na cesta da lavanderia e o mais novo se tornava tenso, encarando a sujeira de cinzas nos lençóis em linho branco limpos.

     “O que você quer?” Perguntou. “O que você quer de mim?”

     O outro encolheu os ombros. “Eu acho que você tem que lavar esses de novo, parece que você deixou uma sujeira. Kaaren não vai ficar feliz. Na verdade, há muitas coisas com as quais Kaarem não vai ficar feliz.”

     “Ótimo.” Tom disse rapidamente.

     “Estamos bem?” Georg colocou a mão no ombro do garoto, que o encolheu.

     “Não.”

     “Que pena.”

     Tom assistiu Georg enquanto caminhava, assoviando, com as mãos nos bolsos. Ele sentia o calor subir dentro dele e conforme levava a cesta de volta às máquinas, ele balançava a cabeça lentamente. Tinha que manter sua integridade, ele tinha que suportar Georg. Só mais um pouco.

     Só mais um pouco, e ele estaria fora desse lugar por bem.

** 

     Tom cansadamente empurrou a porta de segurança do quinto andar. Era a primeira vez que ele estava lá a noite inteira, e estava quase no fim de seu turno. Ele esteve evitando subir, ele esteve evitando Bill.

     Pela primeira vez, ele não estava morrendo para ver o outro garoto. Ele estava cauteloso, se sentia sujo, errado.

     Com um pouco de sorte, Bill estaria dormindo.

     Se arrastou pelos corredores, fazendo um caminho diferente para o armário de esfregões. Em sua rota normal, ele passaria pelo quarto do moreno. Dessa vez ele iria por outro caminho, explorando os corredores pelo outro garoto, sentindo seu estômago se agitar.

     Tom não poderia agüentar outro acesso negativo de Bill. Ele não poderia lidar vendo-o cair aos pedaços de novo, e especialmente, não poderia encarar Bill depois do que Georg disse. Era mais do que o loiro podia agüentar. Ele se importava profundamente com Bill, pensava nele constantemente, mas ele precisava de um tempo. Precisava de um pouco de espaço.

     Ele pisou dentro do armário de esfregões e respirou fundo, descansando sua testa contra a parede. As coisas que Georg disse... Claro, Tom pensava nessas coisas. Ele se tocou incontáveis vezes pensando coisas desgraciosas sobre o paciente mental.

     O loiro se encolheu. Isso não fazia dele uma pessoa ruim, não significava nada. Ele não podia evitar alguém por quem ele estava atraído. Ele não podia evitar se Bill era doce, bonito, esbelto, macio e cheirava tão bem.

     “Porra, porra.” Tom amaldiçoou, se afastando da parede e deixando o armário. Ele andou rapidamente pelo corredor, de volta para sua rota normal. Suas mãos seguiam o curso dos azulejos da parede conforme ele passava pelo sinuoso, grosseiro corredor, e seus passos ecoavam.

     Ele sentiu o vazio no corredor e isso era pesado, fez seus pés arrastarem no linóleo. O ar era quente, rarefeito, dificultando a respiração.

     De repente, Tom se sentiu absolutamente desesperado para encontrar Bill.

     Ele dobrou a esquina e viu o quarto de Bill. A porta estava fechada, nenhuma luz se revelava. Isso preocupou Tom; não era tão tarde assim.

     Ele não tinha certeza o que ele encontraria quando ele empurrasse a porta. Ele pensou que poderia encontrar o mais novo encolhido em sua cama, dormindo. Pensou que poderia encontrar o mais novo sentado na cadeira, encarando a parede.

     O que ele não esperava encontrar era Bill, completamente vestido com jeans e camiseta, parecendo mais bonito que nunca. A boneca foi posta na cama, e Bill estava abrindo a janela e olhando para baixo.

     “Bill.” O loiro murmurou.

     Bill balançou a cabeça rapidamente, não olhando para trás. “Eu n-não consigo.”

     Ele escalou a borda e se posicionou na janela aberta, a brisa soprando seus cabelos. Ele se inclinou para frente e se soltou da armação.

     O coração de Tom parou.

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